quinta-feira, 24 de julho de 2014

“As Grandes Conquistas Árabes”, de Tarik Tabari,

Segundo os textos de “As Grandes Conquistas Árabes”, de Tarik Tabari, importante historiador e comentarista árabe muçulmano da antiguidade, muito citado por conhecer hadits, (uma jurisprudência, ou fatos precedentes), falecido no ano 923, consta que, quando a cidade de Jerusalém, no ano 637 da nossa Era, estava cercada pelos guerreiros muçulmanos, o Patriarca Sifrônius, da Igreja Cristã e representante do governo Bizantino, exigiu a presença do Califa Omar para se render. O Califa Omar compareceu, e assinou o seguinte Tratado com o Patriarca Sifrônius, traduzido da informação de Tabari:
“Em nome de Deus, o Misericordioso e Compassivo”. “Esta é a garantia de segurança que o Servo de Deus, Omar, o Comandante dos fiéis, deu aos habitantes de Jerusalém. Foi-lhes garantida segurança para eles próprios, para suas propriedades, suas igrejas, suas cruzes, para os doentes e para os sãos da cidade e para todos os rituais que pertencem à sua religião. As igrejas não serão ocupadas por muçulmanos e não serão destruídas. Nem eles, nem as terras onde se encontram, nem suas cruzes, nem suas propriedades serão danificadas. Não serão convertidos à força. Nenhum judeu permanecerá com eles em Jerusalém”. “O povo de Jerusalém deve pagar as taxas como os povos de outras cidades e devem expulsar os bizantinos e os ladrões. As pessoas de Jerusalém que desejarem partir com os bizantinos, com suas posses e abandonando suas igrejas e cruzes estarão seguras até alcançarem o lugar de refúgio. Os aldeões podem permanecer na cidade se assim o quiserem, mas devem pagar as taxas como os cidadãos. (os habitantes das vilas do entorno não eram vistos como cidadãos NT). Aqueles que o quiserem poderão partir com os bizantinos e aqueles que o quiserem, poderão retornar com suas famílias. Nada deve ser tomado deles antes da colheita (agrícola NT) ser feita. Se pagarem as taxas conforme suas obrigações, então as condições constantes deste documento se darão sob o Pacto de Deus, e ficam sob a responsabilidade de seu Profeta, do Califa e dos fiéis (os muçulmanos NT).”
Dizem, contudo, que Omar permitiu aos judeus orarem no Monte do Templo e no Muro das Lamentações. Fica portanto registrada a existência de judeus em Jerusalém, seja por expulsão, seja por permissão, e entenda-se, a Jerusalém oriental, a Jerusalém velha, que os próprios muçulmanos admitem e até dizem que Omar foi magnânimo, permitindo aos judeus orar no Monte do Templo, mas os palestinos, (de hoje), dizem que os judeus nunca estiveram lá e que nem o Templo existiu. Tabari é venerado pelos muçulmanos, pela Irmandade Muçulmana, é citado com louvor nos Estatutos do Hamas, mas omitido quando não interessa que se saiba a verdade. Mas esse Tratado mostra a invasão e conquista de Jerusalém e de toda a Terra de Israel pelos muçulmanos, tornando os não-muçulmanos, ou os infiéis, cidadãos de segunda classe, devendo pagar uma taxa para ficarem a salvo. Isto corresponde à discriminação, a apartheid, a racismo, quando não uma limpeza étnica.
E a expulsão dos judeus, uma limpeza étnica, de que ninguém fala, ninguém condena, situação se repete hoje em dia, mas sem protestos, sem indignação quando se trata de judeus. Quando a Faixa de Gaza foi cedida aos palestinos, em 2005, teve de ficar judenrein, e as sinagogas foram todas destruídas. Não sse ouviram protestos. Na Guerra da Independência de Israel, em 1948, os judeus foram novamente expulsos de Jerusalém oriental, ou Jerusalém velha, e de todas as áreas tomadas, e as sinagogas foram destruídas. Limpeza étnica. E nada se fala a respeito. Nem se falava dos judeus expulsos dos países árabes, fato que hoje, timidamente, está aparecendo, mas ignorado pela grande mídia.
A situação já vem de longo tempo, portanto. E conforme já temos citado, Karl Marx escreveu há 170 anos, aquilo que os sionistas nem se incomodaram em tratar, visto que Jerusalém (a cidade velha) e toda Terra de Israel, ou Terra Santa, se achava ocupada pelos, muçulmanos do Império Turco. Marx escreveu:
“O Alcorão, e a legislação islâmica que dele emana, reduz a geografia e a etnografia dos vários povos numa simples e conveniente diferenciação entre duas nações e dois povos – a dos fiéis e a dos infiéis, se caracterizando como um estado de permanente hostilidade entre o muçulmano e o infiel (não-crente no islamismo NT)”(…) “A legislação muçulmana estabelece que, se uma cidade se rende por capitulação e seus habitantes aceitam se tornar rayahs (dihmi NT), isto é, submetidos a um Príncipe Muçulmano (ou Califa NT), sem abandonar o próprio credo, devem pagar o kharatch (imposto de capitulação, a jiziah NT), quando firmam uma trégua com os fiéis (os muçulmanos NT), e assim não é mais permitido o confisco de suas propriedades nem tomar suas casas(…) Neste caso, as antigas igrejas formam parte das propriedades dos habitantes, com a permissão para nelas orar. Mas não é permitido levantar novas igrejas.” (…)
É o que se pode ver do Tratado sobre Jerusalém feito pelo Califa Omar, no ano 637, antes citado.
O documento nos revela quem é o ocupante. Falar em territórios ocupados por Israel é uma inverdade histórica. A conquista, pela força, da Terra Judaica se demonstra pela documentação insuspeita de Tabari, apreciado historiador e comentarista dos muçulmanos. Os muçulmanos que se encontram na Terra de Israel vieram com as forças ocupantes, e lá geraram uma população palestina, mas, apesar disso, não foram tantos habitantes, foram poucos, na realidade. No mesmo artigo citado, de Karl Marx, de 1854, ele indica maioria absoluta judaica em Jerusalém!
Lembremo-nos – Jerusalém velha! O crescimento dos árabes muçulmanos se deu recentemente. Portanto, não corresponde à verdade histórica viverem os palestinos na região por longo tempo. Os atuais palestinos vieram do Egito, como foi o caso de Arafat, da Síria, do Líbano, do Iraque e até da Arábia Saudita. Os refugiados são como todos os refugiados, fugidos das guerras, guerras que seus próprios dirigentes egípcios, sírios, libaneses, jordanianos, iraquianos, rtc. Hoje se observa contingente de refugiados sírios das próprias guerras entre grupos islâmicos rivais.
Esta situação permanece até hoje, quando continua o desejo de restabelecimento do Califado mundial pela Organização da Conferência Islâmica, que se acha muito ativa, incitando a presença muçulmana mundo afora e, agora mesmo, pelo ISIS (Estado Islâmico do Iraque e Síria), ou já ISIL (Estado Islâmico do Iraque e Levante), anunciando o novo Califado. É essa a razão pela qual nunca se firma uma paz e da continuada hostilidade para com Israel, desde que o Estado Judeu foi reconstruído. A situação persiste e explica porque nunca foi aceita pelos palestinos uma paz, mesmo com as melhores ofertas de determinados políticos israelenses, pois no fim esbarrava-se na determinação do islamismo radical fundamentalista: os não-muçulmanos devem se submeter.

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