sábado, 26 de julho de 2014

Dia 29 de novembro de 1947.



                 Dia 29 de novembro de 1947. A Assembléia Geral das Nações Unidas reunia-se sob a presidência do brasileiro Oswaldo Aranha para votar a criação de um estado árabe e outro judeu no território então sob Mandato Britânico. Fazendo valer sua estatura de diplomata internacionalmente respeitado, o gaúcho Aranha rejeitou diversas tentativas de obstrução da pauta e deu início à votação.

O brasileiro deu sete marteladas e declarou que não toleraria qualquer interferência na votação. Um a um, os representantes dos Estados atenderam à chamada.

Feita a contagem, Aranha anunciou o resultado: “A resolução foi adotada por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções”. Diante do diplomata brasileiro, os representantes árabes levantaram-se antes do encerramento oficial da sessão e se retiraram, declarando que aquela decisão significava a morte da ONU.

“Fui obrigado a manter-me neutro durante o debate, mas agora só posso concordar e expressar minha confiança nessa ousada e histórica experiência empreendida pelas Nações Unidas”, disse Oswaldo Aranha após a votação.

Baseado na decisão soberana da Assembléia Geral, em 14 de maio de 1948 os judeus fundaram o Estado de Israel na fatia de terra concedida pela ONU.

Como resposta, os vizinhos árabes mandaram a diplomacia às favas e fizeram soar as trombetas da guerra. Os exércitos de cinco países árabes (Líbano, Iraque, Jordânia, Síria e Egito) empunharam suas metralhadoras e marcharam contra o inimigo recém-nascido.

Começava, oficialmente, a primeira guerra entre árabes e judeus.

(Julio Wohlgemuth, autor do documentário "Oswaldo Aranha – O Voto e a Revolução")
 — com Franklin Fortes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário